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Ainda mais comuns do que os casos onde o notebook simplesmente "morre" são os casos de instabilidade, onde o notebook trava, apresenta erros diversos ou simplesmente desliga sozinho de tempos em tempos, ou nos momentos de maior atividade.

Assim como em um desktop, problemas de estabilidade podem ser causados pelos mais diversos fatores, incluindo problemas de software, problemas de superaquecimento causado pelo acumulo de pó nos dissipadores, defeitos nos módulos de memória, entre outras possibilidades.

A primeira coisa a fazer é dar boot com uma distribuição Linux live-cd com que você tenha familiaridade. Use o sistema por algum tempo, execute algumas tarefas pesadas (como compactar e descompactar grandes quantidades de arquivos, por exemplo) e monitores as respostas do sistema. Se os problemas de estabilidade se manifestam apenas no Windows, muito provavelmente o problema se restringe ao software e pode ser resolvido com uma simples reinstalação do sistema.

Se os problemas continuam mesmo depois de descartar o fator software, o o próximo passo é fazer um teste completo da memória usando o memtest, já que a memória passa a ser a próxima suspeita. O mais comum é que o note possua dois slots de memória, um externo, acessível através das tampas inferiores e outro interno, acessível depois de remover o teclado (como no HP6110). Nestes casos, você só precisa identificar qual dos módulos apresentou o defeito e substituí-lo.

Se o defeito for nos últimos endereços, é possível também limitar a quantidade de memória usada pelo sistema e assim evitar o uso da parte onde estão as células defeituosas, o que pode ser usado emergencialmente em casos onde não é possível substituir os módulos.

No Linux isso é feito passando a opção "mem=384M" (onde o "384" é a quantidade de memória que deve ser usada) para o Kernel na tela de boot. O procedimento varia um pouco de distribuição para distribuição. No Knoppix você digitaria "knoppix mem=384M" na tela de boot, no Kurumin seria "kurumin mem=384M". No Ubuntu é preciso pressionar a tecla "F6" e em seguida adicionar o "mem=384M" (sem mexer nas depois opções da linha).

No caso do Windows XP, é possível usar a opção "/maxmem=". Adicione a linha no arquivo "boot.ini", especificando a quantidade de memória que deve ser utilizada (em MB), como em "/maxmem=384". Esta alteração pode ser feita também através do msconfig, através da aba "Boot.ini > Opções Avançadas".

Como a grande maioria dos notebooks utilizam memória compartilhada para o vídeo, defeitos na memória podem causar também o aparecimento de falhas na imagem, incluindo o aparecimento de linhas horizontais ou verticais.

Se o defeito se restringir à área utilizada pelo vídeo (normalmente os primeiros endereços do módulo), o sistema pode funcionar de forma perfeitamente estável, com os problemas se restringindo ao vídeo, por isso é importante sempre checar a memória antes de colocar a culpa no LCD ou controladora de vídeo.

Em casos onde os chips referentes ao módulo interno vem soldados à placa mãe do notebook, a situação fica mais complicada, já que você não tem como substituir os chips de memória diretamente:
fig4
A solução "correta" neste caso seria substituir a placa mãe. Algumas autorizadas possuem câmaras de vapor e são capazes de substituir os módulos, mas não é o tipo de coisa que você pode fazer usando um ferro de solda. Se o reparo não for possível e você chegar ao ponto de descartar a placa, uma última solução desesperada que pode tentar é remover os módulos (com muito cuidado, para evitar danificar outros componentes) e passar a usar um módulo instalado no slot de expansão. Se não houver nenhuma trava relacionada ao software, o BIOS vai detectar a remoção da memória integrada e passará a usar o módulo instalado no slot.

Se o notebook funciona de forma aparentemente normal por algum tempo, mas trava, reinicia ou desliga ao executar tarefas pesadas, muito provavelmente temos um problema de superaquecimento. A solução neste caso é remover o cooler do processador, fazer uma boa limpeza e substituir a pasta térmica do processador. Em alguns notes o cooler fica bem acessível através das tampas inferiores, mas em outros é preciso desmontar o note para chegar até ele.

Uma opção rápida para desobstruir o exaustor sem precisar desmontar o note é usar um jato de ar comprimido na saída de ar. O problema neste caso é você apenas espalha a sujeira dentro do note ao invés de removê-la. Isso faz com que o fluxo de ar gerado pelo cooler acabe movendo o pó novamente para a saída do cooler, fazendo com que o problema de superaquecimento reapareça mais rápido do que demoraria ao fazer uma limpeza completa.

Além do acúmulo de pó nos dissipadores, é comum a entrada de pó dentro do próprio motor de rotação do cooler, o que causa o aparecimento de um ruído irritante e faz com que o exaustor gire cada vez mais devagar (ou até pare completamente). A solução é desmontar o exaustor e fazer uma boa limpeza interna.

Na maioria dos coolers para notebook, o motor e a hélice do cooler são presas apenas pelo conjunto de ímãs, de forma que basta puxar. Em alguns casos as duas partes são presas por uma presilha, escondida sob uma etiqueta.

Limpe bem as partes internas do motor, usando um cotonete embebido em álcool isopropílico e coloque um pouco (pouco!) de pó de grafite antes de fechar. Ele funciona como um lubrificante seco, que faz seu papel sem o risco de ressecar ou se misturar à sujeira com o tempo. O pó de grafite é usado para desemperrar fechaduras e pode ser encontrado facilmente em lojas de ferragens ou lojas de 1.99.

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