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O uso de PCs na educação tem sido um assunto polêmico, que envolve tanto questões técnicas e financeiras, quanto questões pedagógicas. Se bem usado, o PC pode ser uma poderosa ferramenta de aprendizado, oferecendo um ambiente muito mais interativo e interessante, mas se mal usado pode acabar sendo uma distração a mais para os alunos.
Duas vantagens fundamentais em usar computadores é a possibilidade de armazenar um grande número de livros e outros tipos de conteúdo didático em um único aparelho e permitir que as crianças possam pesquisar informações adicionais na web, o que exercita uma qualidade fundamental para qualquer profissional capacitado hoje em dia, que é justamente a habilidade de pesquisar informações.
O Classmate é um mini-notebook voltado para uso na educação, concorrente direto do OLPC. Ele utiliza um Celeron de 900 MHz, com 256 MB, 2 GB de memória Flash, usada como espaço de armazenamento, wireless, portas USB e uma tela de 800x480. Você pode notar que esta é a mesma configuração do Asus Eee e isso não é mera coincidência, já que o Eee é uma versão de consumo do Classmate, voltado para o público em geral. Se você está interessado no Asus Eee, esta análise também será do seu interesse, já que, excluindo a aparência externa, os dois são praticamente idênticos na configuração e características técnicas.
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O Classmate usado na análise foi enviado pela própria Intel, através da Sulamita Garcia, que é famosa pelo trabalho no Linux Chix e em diversos outros projetos. Vou ficar com Classmate durante 30 dias, tempo mais do que suficiente para explorar todos os detalhes.
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Assim como no caso do OLPC, o Classmate tem diversas peculiaridades em relação a um PC ou notebook tradicional e foi projetado com objetivos bastante diferentes, por isso é tenho certeza de que muitos tem curiosidade em conhecer melhor a configuração e explorar o que é possível e o que não é possível fazer com ele.
A primeira coisa que chama a atenção é a "capa" de couro sintético que protege o aparelho. Da primeira vez que vi o Classmate em fotos achei ela feia e de mal gosto, mas depois de ter o aparelho em mãos vi que ela é bem adequada dentro da proposta do aparelho:
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Além de servir como uma camada de proteção e como um "amortecedor" em caso de quedas, a alça de transporte é bastante prática, principalmente do ponto de vista de uma criança que fosse ficar correndo com ele pelos corredores da escola. A alça permite também que você segure o notebook com apenas uma mão, deixando a outra livre para digitar. Isso permite que você o use até mesmo de pé:
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O Classmate mede 24.5 x 19.6 cm, com 4.4 cm de espessura e pesa 1.3 kg. Boa parte do peso e do volume derivam do uso de uma bateria de 6 células e dos reforços destinados a tornar o notebook mais resistente a quedas e a maus tratos em geral (veja mais detalhes a seguir), uma necessidade se considerarmos o público alvo :). Aqui temos uma comparação de tamanho entre o Classmate e um HP nx6325, com tela de 15":
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O Classmate possui duas portas USB, uma posicionada à direita, ao lado do conector da fonte de alimentação e outra do lado esquerdo. Um dos motivos é tornar o aparelho igualmente utilizável tanto para destros quanto para canhotos na hora de conectar periféricos externos:
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Do lado esquerdo temos também o conector da placa de rede cabeada e os conectores de áudio. A antena da placa wireless está instalada dentro da tela (como em um notebook normal), por isso não é visível, diferente do OLPC, que usa duas antenas externas posicionadas no topo da tela.
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Apesar de utilizar um processador de baixo consumo, o Classmate utiliza um cooler tradicional, cujo ruído é audível e até um pouco alto nos momentos de atividade intensa. O Celeron ULV não utiliza o speedstep (veja mais detalhes na segunda parte da análise), por isso o processador opera o tempo todo na freqüência máxima, fazendo com que o cooler gire continuamente. A entrada de ar fica do lado direito e a saída do lado esquerdo. Este design faz com que o ar refrigere os outros componentes internos antes de passar pelo processador.
Os speakers estão instalados na base da tela. Eles tem uma qualidade similar à da maioria dos notebooks, ou seja, dentro do razoável. Existem também dois conjuntos de furos na parte frontal inferior, mas eles são apenas para a ventilação da bateria.
Ao invés de um touchpad quadrado, como os usados na maioria dos notebooks, o Classmate utiliza um touchpad redondo e relativamente pequeno, que parece ter sido desenvolvido com base nas mãos pequenas do público alvo. Ele é um touchpad Synaptics, que suporta tap (onde você dá um toque rápido para simular um clique do botão) e outros recursos, a única desvantagem é que ele não possui uma área para scroll da tela, de forma que a única opção prática para rolar a página acaba sendo usar as setas direcionais do teclado. Se se pedissem minha opinião, sugeriria que fosse incluído um direcional do lado direto da tela (aproveitando o grande espaço vago) que pudesse ser usado para dar scroll vertical e horizontal da tela ao navegar :).
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Para um adulto, o teclado do Classmate é desconfortável de usar, pois as teclas são muito menores que as de um teclado padrão (me trouxe lembranças do meu antigo Psion :). Realmente é difícil se acostumar com ele, mesmo depois de um bom tempo de uso.
Entretanto, é importante lembrar que ele não é destinado ao uso por adultos em primeiro lugar. Se pensarmos em crianças de 7 a 10 anos, que seriam o público primário do aparelho, o teclado acaba sendo bastante satisfatório.
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Aqui temos um comparativo do teclado do Classmate e um teclado padrão para dar uma idéia das proporções:
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