O Ubuntu é uma distribuição relativamente pesada, que carrega um grande volume de componentes durante o boot, consumido um pouco mais de 200 MB de memória RAM para o sistema e mais uma certa quantidade para o ramdisk, usado para armazenar as alterações feitas durante o uso, assim como em outros live-CDs. Conforme você instala programas e faz alterações, o ramdisk cresce, até o ponto em que toda a memória é ocupada e o sistema passa a exibir uma mensagem de "disco cheio".
Esse sistema visa permitir que você instale pacotes via apt-get e tenha liberdade para brincar com o sistema antes de instalar (uma vez que tudo é perdido ao reiniciar). Embora a conta de root venha desativada por default, você pode rodar programas como root usando o sudo. Para se logar como root no terminal, basta usar o "sudo su" ou "sudo bash".
Como você vai logo perceber, o Ubuntu fica muito mais lento ao rodar a partir do CD, devido à combinação da baixa taxa de transferência do drive óptico, do trabalho de descompactação dos dados, feito pelo processador, e pelo uso do ramdisk, que reduz a quantidade de memória RAM disponível para outras tarefas.
Ao instalá-lo no HD, o instalador desativa estes componentes adicionais, fazendo com que ele passe a se comportar como uma distribuição tradicional, deixando de usar o ramdisk e salvando todos os dados no HD.
Uma dica é que em vez de fazer um boot normal, esperando o carregamento do GNOME para só então abrir o instalador, você pode usar a opção "Instalar o Ubuntu" na tela de boot, que faz com que ele abra uma versão pelada do X e rode o instalador diretamente. Em máquinas antigas, isso pode representar uma economia de vários minutos.
Ao abrir o instalador, as primeiras perguntas são sobre a linguagem, layout do teclado e o fuso-horário. Ao escolher o português do Brasil na tela de boot, o layout do teclado é automaticamente configurado para ABNT2 e o fuso para o horário de Brasília.
Em seguida vem a etapa do particionamento, que é sempre a mais importante em qualquer instalação. Como de praxe, o instalador oferece a opção de alterar o particionamento de forma automática, redimensionando uma das partições existentes (atendendo aos iniciantes), mas conserva a opção de particionar manualmente, que é o que interessa no nosso caso:
O instalador do Ubuntu utiliza uma versão gráfica do Partman como particionador. Ele tem uma raiz comum com o Gparted (ambos são baseados no GNU Parted), mas possui uma interface bem mais simples.
Ele oferece a opção de criar, remover e reformatar partições (incluindo o redimensionamento de partições do Windows), mas você provavelmente preferirá fazer as alterações usando o Gparted, deixando o particionamento pronto e deixando para apenas indicar os pontos de montagem dentro do instalador. O Gparted vem pré-instalado no Ubuntu, e fica disponível através do "Sistema > Administração > Editor de Partições".
É possível redimensionar partições do Windows tanto utilizando o próprio instalador (ao escolher a opção "Guiado", você pode mover a barra, ajustando o tamanho da partição manualmente) quanto utilizando o Gparted. Em ambos os casos, é necessário que você desfragmente a partição através do Windows antes de iniciar a instalação, caso contrário o particionador exibe um aviso e aborta o processo.
A ideia básica ao usar várias partições é indicar um ponto de montagem para cada uma (permitindo que você acesse os arquivos) e usar o "/" para a partição onde será instalada o sistema. A opção "Formatar" deve ser marcada apenas para a partição de instalação, afinal, você não vai querer perder todos os arquivos da sua partição de trabalho por engano.
Assim como na maioria das outras distribuições atuais, as versões recentes do Ubuntu utilizam por default o NTFS-3g ao acessar partições NTFS, permitindo alterar os arquivos.
Além de ter um controle maior sobre o tamanho das partições, outra vantagem do particionamento manual é que você pode usar partições separadas para o diretório home, ou para outros diretórios onde você pretenda armazenar arquivos.
Uma instalação típica do Ubuntu consome pouco mais de 3 GB (entre arquivos do sistema, temporários e caches), de forma que uma partição de 10 a 15 GB para a instalação do sistema está de bom tamanho, deixando uma boa dose de espaço livre para instalar aplicativos adicionais. O Ubuntu utiliza bastante swap em micros com menos de 1 GB de RAM, de maneira que é prudente criar uma partição swap de 2 GB. O restante do espaço pode ser dedicado à partição home, ou outra partição separada para armazenar arquivos.
Além da clássica receita de usar uma partição separada para o home, existem outras possibilidades que você pode explorar. Eu, por exemplo, tenho o hábito de criar uma partição separada, montada em uma pasta independente, como a "/mnt/sda6", em vez de montá-la no diretório home. Depois de instalado o sistema, movo o diretório home para dentro da partição e o substituo por um link, apontando para a nova localização, como em:
# cd / # mv home /mnt/sda6 # ln -s /mnt/sda6/home home
Na prática, o resultado é o mesmo de montar a partição diretamente no home, mas ganho um pouco mais de liberdade para criar outras pastas de arquivos. Este é apenas um exemplo de organização alternativa; você pode criar o seu.
Depois do particionamento, você tem a tela de criação do login administrativo, que será usado por padrão, juntamente com a opção de ativar o login automático durante a inicialização. Essa opção pode ser alterada posteriormente através do "Sistema > Administração > Janela de início de sessão".
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