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Os celulares surgiram nos anos 80 trazendo a praticidade de se comunicar remotamente em qualquer lugar em que tenha sinal.
Com a premissa de fornecer liberdade ao usuário, o tempo que conseguimos ficar longe da tomada deveria ser um dos principais pontos à serem analisados. Mas nos primórdios desta tecnologia, a autonomia não era muito otimista.
Nos anos 90 estávamos acostumados com os nossos celulares Nokias e suas baterias que geralmente duravam uma semana de uso. Fruto da evolução e amadurecimento dos produtos, toda e qualquer função além disto, seria mera extravagância. As principais funções na época eram efetuar ligações e no máximo enviar SMS. Ficávamos intrigados quando comprávamos um aparelho o qual tinha de ser recarregado à cada 3 dias.


Hoje os nossos celulares são “smarts”, e assim ganharam recursos inimagináveis em anos atrás. Câmeras com sensores potentes, conexões diversas, bluetooth, NFC, etc.  Porém a dependência energética aumentou exponencialmente. Podemos citar poucos exemplos de smartphones que conseguem se manter longe da tomada por 3 dias em uso moderado. Com nossos contatos se comunicando cada vez mais por Whatsapp, Messenger e afins, tendemos à utilizar mais as conexões móveis, além de ficar por mais tempo com o smartphone em uso.
Pessoalmente tive uma experiência dessa evolução, possuía um Sony Xperia ZQ, um smartphone que curiosamente tinha uma ótima duração de bateria. Por uma avaria, tive que comprar outro, após muita pesquisa, decidi por um Motorola Moto X. Reservando alguns prós e contas de cada modelo, um ponto que me desapontou foi o consumo de bateria do Motorola. Apesar de terem baterias com capacidades semelhantes, o consumo de cada um é bem diferente. Claro que temos quase o dobro de processamento no caso do Moto X, mais sensores, mas por ter um hardware mais moderno, se esperava um gerenciamento de energia melhor.
Sensores de presença, de luminosidade, processadores com poder de cálculo semelhante à CPU’s de alguns anos atrás, telas com resoluções maiores até que muitas TV’s, demandam um consumo energético alto. Somado ao maior uso dos aplicativos nos dispositivos, ajudam a colaborar com o esgotamento da carga. E assim, nossos smarts acabam por ter uma relação amistosa com as tomadas.  Preocupante também é a duração da bateria dos Smartwatchs, os quais pretendem substituir os relógios de pulso. Entram em um mercado de acessórios, os quais demandam pouquíssima manutenção, porém  tem uma autonomia muito escassa, nos fazendo pensar a verdadeira necessidade deste gadget. Na maioria dos casos necessitam ser recarregados todos os dias, gerando um desconforto de carregar várias fontes durante uma viagem por exemplo.
Felizmente estamos avançando na área energética dos nossos gadgets. Com modos de economia de energia, hardware e software se unem para dar mais liberdade ao usuário. Otimizações à nível de hardware, identificam a ociosidade de algum componente, e desabilitam-o, poupando preciosos Volts de energia. Assim como o software, otimizado para executar e desabilitar funções automaticamente, sem a intervenção do usuário.
Empresas como Google estão cientes desta demanda, e por isto já revisam seus códigos para serem os mais eficientes energeticamente, poupando ao máximo os recursos, mas sem prejudicar a usabilidade. À partir do Android 4 ICS, a premissa da eficiência energética vem sendo abordada,  e aprimorada nas versões 5 Lollipop e na recém lançada: Android M.
Junto com as melhorias de software, as melhorias de hardware são igualmente importantes. Processadores com desempenho surpreendente e consumo abaixo dos antecessores. Telas com tecnologias de iluminação AMOLED, por exemplo, consomem menos energia que as tradicionais LCD e LED. Além do próprio design de outros componentes, como placas e memórias, que otimizam o gasto energético dos mesmos.
Porém um dos componentes mais importantes também está sendo evoluído pelos cientistas. As baterias estão sendo desenvolvidas para serem recarregadas mais facilmente, e também para armazenar quantidades de energia maiores do que temos hoje. Assim como, estamos utilzando novos elementos químicos ou combinações. As novas baterias de dióxido de titânio, ou de ligas de cobre e potássio, prometem uma vida útil maior, além de tempos de carregamento menores, se comparadas com as de íons de lítio atuais.
Também temos o carregamento por indução, que é a nova moda do momento, facilita o ato de “abastecer” nossos equipamentos. Principalmente pela facilidade de poder recarregar vários dispositivos com um mesmo equipamento. Mas ainda podemos utilizar idéias mais antigas, como carregamento fotovoltaico (pela energia do Sol), cinético (por movimentos) e térmico. O carregamento cinético, fotovoltaico e térmico, poderiam ser a solução para os vestíveis como os smartwachs. Eles poderiam gerar energia através da luz solar, enquanto estamos expostos à luminosidade. Gerar energia através de movimentos, utilizando recursos já existentes no mundo dos relógios de pulso. E também produzir com o calor do nosso corpo, alguma quantidade de energia. Claro que seriam quantidades ínfimas, mas aproveitando todas as fontes, teríamos equipamentos mais auto-suficientes energeticamente.
Assim podemos reduzir nossa dependência das fontes tradicionais de energia, e utilizar nossos aparelhos livremente. Não nos livramos da dependência dos íons de lítio, ou das futuras ligas de cobre, mas conseguimos aproveitar mais os poderes dos nossos equipamentos.

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