Os formatos de placas móveis
Como de praxe, as placas 3D para notebooks utilizam formatos miniaturizados, diferentes das placas para micros desktop, muito embora também sejam conectadas ao barramento PCI Express. A nVidia desenvolveu o formato MXM (Mobile PCI Express Module), que permite a criação de placas de vídeo compactas, contendo a GPU e memória dedicada, que são instaladas através de uma versão miniaturizada do slot PCI Express x16. A placa MXM não inclui o conversor DAC nem as saídas de vídeo, que são movidas para a placa-mãe do notebook:
Instalação de uma placa de vídeo MXM
Este formato é utilizado pelas placas da série GeForce Go e GeForce 8M, que são atualmente as opções mais poderosas de aceleradoras 3D para notebooks, oferecendo inclusive a opção de usar duas placas em SLI, possibilidade realmente explorada em alguns desktop-replacement de alto desempenho:
Duas placas MXM em SLI, com os coolers instalados
O principal atrativo das placas MXM é a possibilidade de atualizar a placa de vídeo, assim como fazemos nos desktops. Entretanto, esta possibilidade acaba não sendo tão explorada quanto poderia ser, pois, além dos problemas relacionados à diferença de consumo elétrico entre diferentes placas, as placas MXM de alto desempenho precisam de coolers elaborados, que por questão de espaço, são personalizados para cada família de notebooks.
Para complicar, existem 4 padrões diferentes de placas MXM, o MXM-I (7.0x6.8cm, 230 pinos), MXM-II (7.3x7.8cm, 230 pinos), MXM-III (8.2x10cm, 230 pinos) e o MXM-HE (8.2x10cm 232 pinos), onde as placas são construídas em um dos quatro formatos de acordo com o espaço necessário e a dissipação térmica da GPU, sendo que o formato MXM-I é usado pelas placas mais simples e o MXM-HE pelas mais parrudas.
Notebooks com slots MXM-HE podem acomodar placas dos outros padrões (com exceção de casos de incompatibilidades diversas, causadas por problemas por parte do BIOS ou deficiências no sistema de alimentação), mas notebooks menores, equipados com slots MXM-I ficam restritos apenas a placas MXM-I. Como os próprios fabricantes produzem as placas MXM (a nVidia apenas fornece os chipsets) existem ainda casos de placas fora do padrão, que não podem ser utilizadas em outros modelos.
Com isso, você acaba ficando restrito a algumas poucas opções de placas, para as quais o sistema de refrigeração é dimensionado. Você não pode substituir diretamente uma GeForce Go 7300 em um ultraportátil por uma GeForce Go 7950 GTX, por exemplo. Um bom lugar para se informar sobre casos onde o upgrade é possível é o http://mxm-upgrade.com/.
Apesar de ter sido originalmente desenvolvido pela nVidia, o MXM é um padrão aberto, que pode ser usado por outros fabricantes. Entretanto, o MXM ainda está longe de se tornar o padrão, pois temos também o padrão da ATI, o AXIOM (Advanced Express I/O Module).
Embora também seja baseado no barramento PCI Express, o AXIOM utiliza um encaixe bem diferente (e, naturalmente, incompatível com o MXM) onde os contatos ficam na parte inferior da placa:
Conector de uma placa AXION
Apesar de cada um dos dois fabricantes defender seu padrão, fabricantes independentes podem muito bem produzir placas MXM com chipsets ATI e de fato isso acontece, embora de forma esparsa. A Dell utiliza um formato proprietário em muitos de seus notebooks, similar ao AXION, mas usado tanto para placas com chipset ATI quanto nVidia. Em alguns casos, é até mesmo possível trocar uma placa ATI por outra nVidia, ou vice-versa.
Placa MXM com chipset ATI ao lado de uma MXM com chipset nVidia
Decodificação de vídeo: Além da aceleração 3D, outra característica importante dos chipsets de vídeo móveis é a aceleração de vídeo. Embora qualquer CPU atual (com exceção do Atom) tenha potência mais do que suficiente para decodificar vídeos de média resolução (e em muitos casos até mesmo vídeos HD) e vídeos em flash, as GPUs com decodificadores dedicados são muito mais eficientes na tarefa, o que resulta em um consumo elétrico muito mais baixo, que se traduz em uma maior autonomia de baterias.
Este acaba sendo um fator crucial para quem gosta de assistir vídeos em viagens, já que embora muitos notebooks ofereçam 3 ou 4 horas de autonomia em tarefas leves, poucos são capazes de oferecer duas horas de autonomia ao assistir um DVD. Ao colocar discos Blu-ray na equação a aceleração se torna ainda mais importante, não apenas por que a diferença no consumo se torna proporcionalmente maior, mas pelo simples fato de que ainda não temos CPUs móveis com potência suficiente para realizar a decodificação sem falhas com alimentação de baterias.
Um exemplo extremo são os netbooks baseados no nVidia ION, que apesar do baixo desempenho do processador, são capazes de exibir vídeos HD (você pode assisti-los na resolução nativa ao ligar uma HDTV na porta HDMI) graças à aceleração da GPU.
Com exceção da Radeon X1200, todos os chipsets contemporâneos da ATI e da nVidia suportam aceleração de vídeos HD nativamente, incluindo os chipsets de vídeo integrado dentro da linha AMD 7xx. No caso da Intel, o suporte está disponível apenas a partir do 4500MHD, o que torna os notebooks baseados nos chipsets anteriores desaconselháveis para quem pretende usá-los para assistir vídeos.
De uma forma geral, a aceleração de vídeo é usada automaticamente quando disponível (desde que os drivers de vídeo estejam instalados, naturalmente), sem necessidade de configuração. Entretanto, os painéis de controle da nVidia, AMD e Intel oferecem opções de configuração para o ajuste de cor e efeitos (de-interlacing, redução de ruído, etc.) que podem ser personalizadas. Os ajustes são importantes, já que como o stream decodificado pela GPU é exibido na tela via overlay, a maioria dos players de vídeo não são capazes de alterar os ajustes.
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